Into the confusion

Gostava do simples e gostava de emoções, confundia-se em tudo, indecisa. Queria dizer tudo, mas nunca disse. Queria ter tudo, mas nada teve. Queria sentir tudo, mas só conseguia sentir o ar entrando e saindo de seus pulmões. Queria comprar tudo, mas não podia. Queria realizar tudo, mas era platônico e não conseguia. Queria viajar, mas não queria sair de casa. Fazia-lhe a cabeça tudo que era oposto. Era como se metade dissesse sim, e a outra não e ali continuasse no zero a zero a vida inteira.

Não era triste, mas nunca tinha conhecido o que era felicidade, era apenas humana que chorava sem motivos e sorria por ver uma formiga passando pelo seu caderno. Nunca sentiu felicidade nem tristeza. Por quê? Simplesmente seu coração era oco, ninguém fazia seu coração acelerar e as mãos suarem frias. Também tinha medo de amar, pois pensava que era idiota ficar se lamentando pelo que nunca aconteceu. Bobagem, porque nunca havia sentido para chegar a qualquer conclusão, por mais óbvia que seja e achava que sorrir para a formiga de seu caderno era suficiente.
Até o dia em que ela, por descuido, deixou a porta aberta, não do seu quarto, do seu coração. Quem se atreveu a entrar? Não sei, mas foi alguém que conseguiu fazê-la sentir seu coração acelerar, suas mãos suarem frias e roubar-lhe seu primeiro sorriso.

O verdadeiro, o primeiro, o inesquecível