Paraquedas

Ansiedade e nervosismo, coisas quase parecidas. Mãos suadas, unhas roídas, dedos impacientes e borboletas no estômago. Algo como amor, somente amor. É tão fácil escrever sobre amor e senti-lo, virou rotina. Mas quando me perguntam - Você o ama? Eu fico sem respostas. No fundo eu sei que em pouco tempo -depois de tantos outros anos desperdiçados com um único idiota- eu descobri o que é amá-lo, mesmo sendo difícil admitir que eu o amo.

Escrevo sobre o que passa na minha cabeça -e no meu coração- mas falar sobre sentimentos com alguém que não é sua página de um blog ignorado, parece muito estranho. Talvez porque amor seja algo estranho que só eu sei sentir. Caso raro, ímpar. Como se eu jogasse contra o espelho sabendo que perderia, todos os números darão par. Caso perdido. Me satisfaço com pouco, sonho com muito e acabo caindo num abismo. Só para sentir o vento tocar meu rosto, instantes antes do choque com a realidade, arrisco-me por pouco. Mas se me permiti amá-lo, algo no fundo -algo que só sei explicar para mim mesma- dizia que não seria a melhor experiência, mas tinha grandes probabilidades de ser feliz, nem que se fosse por alguns instantes de um sonho e o ventinho suave da queda. E sinto que o chão está mais longe agora e dessa vez meu paraquedas está aberto, mais seguro e sei que se me chocar com a realidade, não vai doer tanto assim.

E se quer saber? Sei que sou mais feliz assim.