Sexta-feira, pouco mais de meia noite. Eu mal sabia o que fazia ali, o que eu esperava ali. Uma janelinha do msn piscar? Talvez. Um convite pra sair? Provável. Mas tinha algo mais que me fazia ficar ali esperando algo – ou melhor, alguém. Tentava ouvir as músicas sem pensar nele, mas era inevitável escutá-las sem lembrar de cada momento e o porquê daquela música ter algum significado. Queria desligar o som, mas sem ele meus pensamentos falariam mais alto. Eu insistiria em mandar um oi e ficar esperando alguma resposta. Insistiria em encontrar algum assunto e fazer a conversa render. Quanta tolice, porque não tinha nada a falar. Nem eu, nem ele. Mas eu aumentava cada vez mais a música, assim como aquela esperança dentro de mim. Ele me chamaria alguma hora, porque ele não tinha nada que fazer. Assim eu pensava. Eu não estava ali a toa, alguma coisa no passado – que tinha valido a pena – me fez ficar ali, esperando a janelinha piscar. Mas sabe, às vezes as garotas são tão idiotas... É, idiotas mesmo. Porque na maioria das vezes que eu sofro por alguém, foi porque algo no passado me fez feliz. Alguma lembrança, algum momento bom estava na minha cabeça enquanto eu ouvia a nossa música. Alguma conversa de msn, alguma risada em letras maiúsculas, me fazia ficar ali esperando um oi. Só porque alguns dias antes, ele me fez sentir melhor do que nunca. Ele não se importa comigo? Claro que importa.
Dias antes, quando eu menos esperava, a janelinha do meu msn piscou. Eu estava fazendo outras coisas, escrevendo pra um idiota da minha vida – hakuna matata – e então, vejo a janelinha com o nome dele. Um oi, uma conversa amigável. Eu não esperava mais do que um tudo bem, quanto tempo mas o assunto foi além – muito além. Quando eu achava que iria chegar naquele ponto morto, onde um fica esperando o outro falar alguma coisa, ele falou algo sobre nós. Eu precisei ler algumas vezes a palavra nós, porque eu não conseguia acreditar. Então existia? Não enloqueça. Mas por mais que eu achasse que não, existia.
Dias antes, quando eu menos esperava, a janelinha do meu msn piscou. Eu estava fazendo outras coisas, escrevendo pra um idiota da minha vida – hakuna matata – e então, vejo a janelinha com o nome dele. Um oi, uma conversa amigável. Eu não esperava mais do que um tudo bem, quanto tempo mas o assunto foi além – muito além. Quando eu achava que iria chegar naquele ponto morto, onde um fica esperando o outro falar alguma coisa, ele falou algo sobre nós. Eu precisei ler algumas vezes a palavra nós, porque eu não conseguia acreditar. Então existia? Não enloqueça. Mas por mais que eu achasse que não, existia.
Até que então ele sai do msn. Mil segredos contados, mil lembranças compartilhadas. Eu ria à toa e já pensava no futuro. Bobagem. A verdade é que conversas de MSN são muito traiçoeiras. Nunca se sabe se a pessoa está falando a verdade, sentindo de verdade. Aí vem a ilusão, um certo ar de decepção. Porque eu esperava mais conversas e mais risadas. E de tanto querer isso, já não importava mais nada além da janelinha dele online. Mas eu não estava bem antes? Pois é, eu estava. Eu não precisava tanto dele até a janelinha piscar. Parecia uma dependência de apenas ver fulano está digitando para eu me sentir menos sozinha. Para ele olhar pra minha foto e sentir saudade. Que viesse alguma lembrança na sua cabeça e colocasse a nossa música repetidas vezes. Mas o que aconteceu foi que uma hora o sono falou mais alto. Que o arrependimento de esperar fez com que eu mudasse de música. Só então percebi que, por mim, eu deveria fechar o msn – e bloqueá-lo da minha vida. Olhei mais uma vez, num suspiro alto esperando que no último segundo ele ficasse online de novo. Percebi que ele não entraria e fechei as janelas, as músicas, as lembranças. É bom ter esperança, mas o que se vive fora da tela marca bem mais. Algumas coisas, alguns momentos acontecem no silêncio, sem risadas escandalosas, e o melhor, olho no olho. Deixei então de acreditar em todos os segredos e de ficar feliz com cada indireta. Desliguei o computador e fui dormir, dessa vez, sem arrepender se eu tinha falado ou não com ele. Eu sorri, e percebi que aquilo era o certo a fazer. Peguei meu celular, uma mensagem nova – e dessa vez não era da operadora.
Oi, não estou em casa, não vou entrar no msn hoje. Vamos sair amanhã?
Digitei, sem ao menos pensar, uma mensagem curta perguntando hora e lugar. Prestes a enviar, apaguei a mensagem, sorri para o objeto em minhas mãos e o desliguei. Eu não entregaria tudo assim logo de cara, eu o faria esperar que eu ficasse online para perguntar se eu não tinha lido a mensagem, eu iria fazer a janelinha piscar, com um inocente oi de conversa amigável. Eu o faria provar que algumas pessoas merecem bem mais que um oi no msn. Que valeria a pena.
E hoje sei. Valeu a pena.
1 comentários:
Lindo!!
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