Sabe aquela garota isolada, que se esconde atrás de lentes grossas, que adora estudar e tem poucos amigos? Essa sou eu. Meio gordinha, tímida, nerd. Sempre me apaixonei pelo primeiro garoto que dissesse oi pra mim no primeiro dia de aula do ensino médio. Também já me apaixonei por professores, por nerds, por musculosos, por populares, mas nunca pelo cara certo. Mas mesmo sendo a antissocial de poucos amigos, adivinha. Eu era a melhor amiga da garota mais popular, linda – e tudo que eu não sou – do colégio. Talvez por sermos tão opostas, a gente combinava.
Camila sempre foi aquelas de muitos amigos, mas que sabia escutar. Escutava a cada vez que eu falava de Felipe. Aliás, ele sempre foi na minha concepção, o cara certo e ideal pra mim. Mesmo sendo bonito demais, popular demais, inteligente demais – não mais que eu – e demais pra mim. De certa forma, as coisas estavam indo super bem. Eu me sentia feliz, de um modo inexplicável.
Minha história com Felipe começou num trabalho de grupo, na oitava série. Camila tinha faltado, eu precisava de uma dupla, mas minha timidez me impedia de conversar com qualquer pessoa. Felipe tinha terminado com a namorada e precisava de uma dupla. E adivinha quem ele chamou. Eu gaguejei, é claro. Ele estava conversando comigo! Isso me fez sentir menos invisível, e um pouco melhor. Eu que sempre tive a tendência de apaixonar por qualquer garoto, tive medo de me apaixonar por Felipe. Não só pode ele ser popular ou coisa do tipo. Mas eu tive medo de sofrer.
Em um dia qualquer percebi que já tinha acabado os trabalhos, mas ele ainda estava do meu lado. De alguma forma as pessoas passaram a me notar e até conversar comigo. Algumas até meu nome sabiam. Ele me tratava como toda garota gosta de ser. Seus olhos verdes combinava com o topetinho castanho claro, e se não bastasse perfeição, seu corpo era igualmente perfeito. E eu ia contando pra Cami de cada gesto dele, e ela sorria, me abraçava, me fazia sentir melhor ainda.
No ensino médio ele continuou sentando ao meu lado. Haviam suspeitas que a gente estava junto, mas aquilo era a maior ilusão. Ele não tinha motivos pra gostar de mim, tinha? Ele poderia ter todas as garotas, até minha melhor amiga se quisesse. Mas ele insistia em continuar ali, sorrindo a todo instante, me contando da sua vida. Me iludindo.
Era óbvio que eu estava gostando dele – sempre fui péssima pra esconder meus sentimentos.
Um dia recebi uma flor. Em cada flor tinha uma frase. Passou três semanas e vinte e uma flores, Felipe trouxe um papel e nela tinha uma música. Ele trouxe o violão pra sala e cantou a música que ele tinha feito pra mim. E se já não estivesse tudo perfeito, a música foi feita com as frases de cada flor. Então damos nosso primeiro beijo, o mais incrível de todos. Era uma ansiedade misturada com felicidade, parecia sincero e verdadeiro. Não chegamos a namorar, mas foi quase isso.
Eu poderia dizer que era a garota mais realizada daquele colégio.
Minha história poderia ser feliz até aqui. Mas um dia ao acordar cedo, dar um jeito nas minhas olheiras e fazer um coque alto, satisfeita que eu o veria em alguns minutos, caminhei até escola, toda contente. Essa felicidade me fez chegar cinco minutos mais cedo – e eu juro, preferia dormir mais cinco minutos do que ver o que vi. Na esquina da rua do colégio, ele e mais uma garota.
Eles não se beijavam, mas aquele abraço não pedia mais nada. O problema era porque essa garota não era uma garota qualquer. Era a mais linda, a mais popular, a mais simpática e estilosa do ensino médio. E adivinha, a minha melhor amiga. Aquela que por tanto tempo chamei de melhor.
Camila sempre foi aquelas de muitos amigos, mas que sabia escutar. Escutava a cada vez que eu falava de Felipe. Aliás, ele sempre foi na minha concepção, o cara certo e ideal pra mim. Mesmo sendo bonito demais, popular demais, inteligente demais – não mais que eu – e demais pra mim. De certa forma, as coisas estavam indo super bem. Eu me sentia feliz, de um modo inexplicável.
Minha história com Felipe começou num trabalho de grupo, na oitava série. Camila tinha faltado, eu precisava de uma dupla, mas minha timidez me impedia de conversar com qualquer pessoa. Felipe tinha terminado com a namorada e precisava de uma dupla. E adivinha quem ele chamou. Eu gaguejei, é claro. Ele estava conversando comigo! Isso me fez sentir menos invisível, e um pouco melhor. Eu que sempre tive a tendência de apaixonar por qualquer garoto, tive medo de me apaixonar por Felipe. Não só pode ele ser popular ou coisa do tipo. Mas eu tive medo de sofrer.
Em um dia qualquer percebi que já tinha acabado os trabalhos, mas ele ainda estava do meu lado. De alguma forma as pessoas passaram a me notar e até conversar comigo. Algumas até meu nome sabiam. Ele me tratava como toda garota gosta de ser. Seus olhos verdes combinava com o topetinho castanho claro, e se não bastasse perfeição, seu corpo era igualmente perfeito. E eu ia contando pra Cami de cada gesto dele, e ela sorria, me abraçava, me fazia sentir melhor ainda.
No ensino médio ele continuou sentando ao meu lado. Haviam suspeitas que a gente estava junto, mas aquilo era a maior ilusão. Ele não tinha motivos pra gostar de mim, tinha? Ele poderia ter todas as garotas, até minha melhor amiga se quisesse. Mas ele insistia em continuar ali, sorrindo a todo instante, me contando da sua vida. Me iludindo.
Era óbvio que eu estava gostando dele – sempre fui péssima pra esconder meus sentimentos.
Um dia recebi uma flor. Em cada flor tinha uma frase. Passou três semanas e vinte e uma flores, Felipe trouxe um papel e nela tinha uma música. Ele trouxe o violão pra sala e cantou a música que ele tinha feito pra mim. E se já não estivesse tudo perfeito, a música foi feita com as frases de cada flor. Então damos nosso primeiro beijo, o mais incrível de todos. Era uma ansiedade misturada com felicidade, parecia sincero e verdadeiro. Não chegamos a namorar, mas foi quase isso.
Eu poderia dizer que era a garota mais realizada daquele colégio.
Minha história poderia ser feliz até aqui. Mas um dia ao acordar cedo, dar um jeito nas minhas olheiras e fazer um coque alto, satisfeita que eu o veria em alguns minutos, caminhei até escola, toda contente. Essa felicidade me fez chegar cinco minutos mais cedo – e eu juro, preferia dormir mais cinco minutos do que ver o que vi. Na esquina da rua do colégio, ele e mais uma garota.
Eles não se beijavam, mas aquele abraço não pedia mais nada. O problema era porque essa garota não era uma garota qualquer. Era a mais linda, a mais popular, a mais simpática e estilosa do ensino médio. E adivinha, a minha melhor amiga. Aquela que por tanto tempo chamei de melhor.
Eu deveria sair correndo, mas eu continuava a observá-los de longe, esperando que ele olhasse nos olhos dela, pegasse na sua mão e fechasse os olhos pra cantar alguma música – a nossa música. Só então percebi que estava comentendo um erro continuar ali vendo aqueles dois idiotas apaixonados. Dois idiotas que eu amo, dois idiotas que amei. Mas alguma coisa eu tinha deixado ali, entre os dois – aquela distância entre eles talvez fosse por minha causa. Não esperava que minha melhor amiga estivesse pensando em mim arrependida ou que ele deixasse de cantar a nossa música porque era nossa.
Mas eu esperava que a cada vez que aqueles lábios se tocassem, viesse meu rosto com aquele sorriso bobo de quando estou perto dele. Que ele a beijasse pensando em mim e que ela lembrasse do quanto lutei por aquele amor. Percebi então que só estava enganando a mim mesma, e já bastava de ilusões e mentiras na minha vida. Eu não deveria esperar mais nenhuma atitude vinda daquelas duas pessoas egoístas a metros de mim. Por mais que eu os amasse e achasse que eles davam algum valor em mim, vi que as pessoas não são o que parecem ser. Que na primeira oportunidade, esquecem de tudo que já aconteceu e do que já se viveu pra entrar naquela bolha egocêntrica e egoísta.
Eu fui estúpida e ingênua de ter acreditado que aquelas letras de música foram feitas pra mim. Desde o início, eu fui um atalho pra facilitar as coisas entre eles. Eu me consumia em pensamentos e continuava ali absorvendo cada segundo daquele momento enquanto o mundo girava sobre minha cabeça. Eu não devia me sentir mal, devia? Ele nunca foi meu e sequer um dia me amou. Sabia que não conseguiria nem suportaria passar seis horários como quem não viu nada. E pior, se ele sentasse do meu lado como se jamais tivesse acontecido alguma coisa entre ele e a minha melhor amiga? Deveria ser proibido esse tipo de agressão, porque até hoje sinto meu coração estraçalhado. Ele me iludiu o tempo todo, e se não fosse suficiente, me fez apaixonar por ele sem ter a intenção de corresponder esse sentimento. O pior não seria isso. Fiquei imaginando se a minha "melhor amiga" viesse toda feliz no recreio contar de fulano e de ciclano, como se o meu Felipe nunca tivesse tocado o coração dela. Quanta hipocrisia.
Eu não estava em condições de ir pra sala, ter que aturar aulas de física e ainda fingir –como eles– que nada havia acontecido. Limpei as estúpidas lágrimas que insistiam em sair dos meus olhos, peguei um pedaço de papel e comecei a escrever.
Talvez este seja um bom tempo pra recomeçar. Posso estar cometendo o maior e pior erro escrevendo pra vocês. Palavras são facas afiadas que cortam corações – e sentimentos, se forem capazes de me entender. Meu medo de falar isso na cara não é por falta de confiança, mas por falta de falsidade.
Transpareço minhas angústias e pareço frágil. Eu fui muito forte, mas cansei de engolir mentiras.
Só quero que percebam que este é o fim, e pra ser mais clara isso é um adeus.
Deixo pra trás o primeiro e único cara que amei e aquela que uma dia chamei de melhor amiga. Estou prestes a perder o meu primeiro amor e minha conselheira.
Mas de que importa? Vocês já me perderam.
E dessa vez, é para sempre.
Dobrei o papel sem ler, e pedi que o porteiro da escola entregasse pro casal que caminhava para escola e não revelasse quem escreveu. Que deixassem os dois se sufocarem no seu próprio egoísmo. Então sai dali e as lágrimas me acompanharam. Queria assistir aquela cena dos olhos dela analisando o papel, mas naquele momento já não conseguia ser forte pra sequer continuar viva. Eu sentia um vazio, que de certa forma, ninguém além daqueles dois egoístas poderia completar. Eu precisava de algum consolo, e por ironia, eu me vi totalmente sozinha. Os pensamentos me atordoavam e me culpava por tudo. Voltei pra casa, me joguei na cama. Me enfiei debaixo das cobertas pra dormir aqueles cinco minutos que mudaram o rumo da minha vida. Como se eu conseguisse fechar os olhos.
Talvez aquela foi a maior lição da minha vida. Hoje ainda me pergunto se um dia vou encontrar alguém que me faça esquecer que existe sofrimento. Eu confiei nas pessoas erradas, e pior, as amei. Talvez isso mostre que eu tenha sentimentos, e que não sou tão egoísta assim. Eu me machuco pelos outros. Talvez isso seja uma característica de garotas que têm coração – e eu sou uma delas. Eu errei por ter acreditado em quem não devia. Mas o maior erro é o medo de errar. Pensei que enxergava o mundo, mas estava cega. Hoje abri os olhos, e aprendi a enxergar a realidade. Deixei de acreditar nas pessoas pra acreditar em mim mesma. Por ser forte, eu continuo sendo o que sempre fui, ingênua e amiga. Mas não sou mais a mesma. Talvez hoje eu seja fria e calculista, mas eu ainda sei o que é amar. Eu ainda lembro daquele frio na barriga e aquela felicidade imensurável que ele me fazia. Mas hoje isso me machuca. Aprendi que a maneira mais fácil de não se machucar, é não se importando, mas isso é a coisa mais difícil de se fazer. De certa forma as pessoas nunca são perfeitas, e aqueles carinhas do colégio não são pra sempre. Eu ainda sinto meu coração pulsar forte, mas isso vai passar. Eu só preciso de tempo e de um novo amor. Mas se quer saber? Eu vou ficar bem.
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