Nunca entendi porque as coisas começam se estão predestinadas a acabarem. Você me amou, mas não para sempre. No lugar dos beijos e sorrisos, só via meu reflexo sem vida no espelho, cheio de dor e de mágoa. Algo que eu não conseguia compreender, sequer aceitar. Você sabe, o adeus. Depois de tanto salvar aqueles dois apaixonados, você me mostrou que já não valia a pena nós dois. Você me queria no seu futuro, sendo que já não fazia mais parte do seu presente. Foi quando senti você não se importar com o que sentia, e o porquê das lágrimas constantes no meu rosto. Você apenas as espalhava pelos meus lábios, sem dizer uma única palavra. Você sempre soube que eu amei nosso silêncio, mas um dia desses ele começou a me machucar. Você já não fazia questão de dizer que me amava, porque eu sabia que também já não fazia questão de sentir isso.
Você decidiu sumir da minha vida. Eu decidi deixar você ir, levar o que sobrava dos meus sentimentos.
Já não aguentava mais tantas discussões e tantos problemas, até que um dia olhei pros seus olhos e já não mais me enxergava neles. O amor acabou e tão de repente me vi fora dos seus planos – e você dos meus. Mas você continuava ali, gostando das minhas piadas bobas e do modo como eu enxergava as coisas. E eu continuava do seu lado porque esperava que você voltasse a tocar a nossa música, dizendo me amar. Eu tive esperanças. Eu queria te ter de volta, queria te agradar e ver a felicidade em nós. Porém a dor já era tanta e o vazio me consumia aos poucos, latejava no peito a dor do fim. Deveria te dar um último abraço ou um último beijo, mas escolhi te deixar com vontade de voltar atrás. De procurar em cada garota o que só existia em mim. Mais difícil que aceitar que você se foi, é lembrar que fui eu quem disse adeus. Você se foi e logo foi encontrando uma outra garota pra chamar de sua. Você não me procurou mais, não quis saber do meu sorriso abobalhado ao contar sua piada favorita. Voltei a te amar, justamente por estar distante e já não ser meu. Passei a sentir sua falta e querer voltar atrás. Queria te afetar, achar seu ponto em fraco em mim. Sentia falta do seu sorriso, das suas palavras, e da sua voz cantando meus versos livres escritos num domingo a tarde. Era incrível como eu amava escrever, só pra te ver cantando depois. Até que um dia te vi fazendo a mesma coisa com sua nova namorada, mais bonita, mais inteligente e que escrevia melhor do que eu. Você optou por seguir sua vida, eu optei por continuar escrevendo, sentindo sua falta.
Na última vez que te vi. Na rua, eu com meus fones de ouvido, você sozinho. Poderia atravessar a rua apenas pra não esbarrar, mas escolhi ver seus olhos, encarar tentando entender o silêncio. Antes que pudesse abaixar a cabeça, segurei seus olhos com os meus. Senti que segurava a respiração, apenas para não sentir meu perfume. Você nada disse, e eu fiz o mesmo. Mas você me mostrou. Me deixou enxergar que ainda existia um resto de mim na sua vida. Que você seguiu em frente, mas não soltou minha mão. E isso me fez querer te dar o último abraço que jamais te dei. Mas decidi não fazer. Decidi deixar as coisas como estavam e deixar seu perfume bem longe da minha roupa, do meu cabelo. Não se engane, eu senti. Eu quis voltar e te abraçar, mas eu segui em frente. Sabe por que? Porque tive a certeza que aqueles vinte meros segundos virariam uma música. E que aqueles vinte meros segundos virariam palavras. Palavras que eu digo sentir sua falta, que você me fez feliz. Palavras que desejo te ouvir cantar, um dia desses. Se te esqueci? Ainda te amo.
2 comentários:
Primaa meu deus muito bom este texto, chorei aqui, ahushaush.
Ana Lú
Aaaaah que fofa, prima. Que bom que gostou <3
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