Não consigo. Talvez eu seja um problema, um mistério, a peça do quebra cabeça que não se encaixa. O que me faz diferente? O que do resto não levo comigo? O que só tem em mim, que ninguém seria capaz de entender? Sou incapaz de definir em palavras, de sequer transformar em frases prontas o que não sei significar. Só acho que às vezes as pessoas são estranhas, mesmo achando que sou a coisa mais estranha do mundo.
As pessoas nem sempre são o que realmente parecem ser.
Descobri um dia desses, que existem pessoas que estão prontas, sempre prontas para machucar. Para destruir, para magoar, para acabar com tudo que foi conquistado. Talvez façam por prazer, por vingança, não sei. Não consigo entender esse desejo nas pessoas. E por não conseguir, talvez achem que vejo tudo mais lindo do que parece ser. Vejo desenhos nas nuvens, procuro a estrela mais brilhante do céu – e faço um pedido, dedico a uma pessoa que está lá em cima. Se o céu não tiver estrelas, peço a lua. Gosto de ver o sol se por, contar quantas cores têm no céu, e lembrar de algum fim de semana que marcou. Sorrio com um arco-íris, com um casal de velhinhos atravessando a rua, com uma criança correndo atrás de um cachorro sem dono.
Para mim, tudo tem sua magia.
E por tudo ter tanta magia, essa seja uma das causas que as pessoas me façam sofrer. Porque elas não sentem falta de sonhar, e abismos da realidade são virtudes de roupas de grife. Busco sonhos em músicas, nostalgia em frases que marcaram. Vivo de lembranças, de sonhos e de pessoas. Preciso de um abraço de repente, de escrever pensamentos, de procurar vícios e amores em fotos antigas. Preciso ver que superei, que mudei apesar de tudo.
Não sou como tudo que se vê.
Não sei mentir pra quem amo, não consigo parecer bem quando sofro, não consigo dizer estou bem sem transparecer um pedaço da minha dor. Não sei fingir sentimentos, não sei ser o que não sou. Não gosto de máscaras, de mentiras, de hipocrisia. Não sei viver sem amigos e sem amor. Não consigo virar as costas pra quem precisa e fingir que não vejo o que está diante dos meus olhos. Não suporto falsidade. Sou viciada na minha família. Não consigo ficar mais de dois dias brigada com meu melhor amigo, não sei como seria minha vida sem minha melhor amiga.
Não sei amar pela metade.
Choro quando vejo alguém chorando. Se choro antes de dormir em silêncio, não é por dor – é por amor. Já acreditei em amores perfeitos, até descobrir que vivo num mundo cheio de imperfeições. Já sorri de tanto chorar, já chorei de tanto rir. Já me decepcionei, já decepcionei alguém. Já me arrependi, já fiz alguém se arrepender. Disse quando não deveria, e quando deveria não disse. Já sonhei a ponto de confundir realidade com ilusão.
Já menti com medo da verdade, depois me arrependi.
Outras vezes por medo de mentir, disse a verdade.
Outras vezes por medo de mentir, disse a verdade.
E me arrependi, de novo.
Então eu aprendi. Deixei pessoas importantes e outras nem tão importantes assim. Escolhi as fotos que mais significavam, e não as mais bonitas. Lembrei de quando senti doer mais profundo e mais vazio para valorizar um sorriso sincero de um amigo. E hoje, com esse lado meu somente meu, descobri que ser um mistério a parte, é muito mais do que ser diferente; é não saber ao certo o que sou, embora escrever me faça sentir um pouco menos essa sensação. Posso me iludir, posso ter esperanças e criar expectativas, mas ainda assim, na diferença é onde está o meu melhor. Raridade essa num mundo imperfeito, com tanta malícia e hipocrisia. Não é mágico? Não me encaixo nesse quebra cabeça. Essa é a melhor parte de mim: nesse eu somente meu.
1 comentários:
Os adultos vivem dizendo que a adolescência é um dos periodos mais marcantes da vida. Mais o que o adolescente pensa disso?
(sinopse do meu blog)
Acessa o meu blog?
http://blogdeumagarotaadolescente.blogspot.com/
"Blog de uma adolescente"
Se gostar do meu blog, segue lá, ficarei muito feliz.
Desde já obrigada, tenha uma ótima semana.
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