Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

sexta-feira, dezembro 02, 2011


2011, Memórias – Dia 2

Dia 2 – Uma lembrança
Era janeiro. O sol se deu por escaldante. Ouvia os som das ondas pela janela do hotel. A brisa vinha fresca, com cheiro de sal, vinda do mar. Minha pele já mostrava os primeiros tons do bronzeado. Os óculos escuros me permitiam tudo. Minha música favorita soava como plano de fundo combinando com o clima de praia. Descobri dentre mar e piscina, ele. Rendi-me à simplicidade, deixei acontecer. Não tive medo e, assim, me arrisco. Por mais que estivesse longe de casa, longe daqueles que me machucaram, levei um caderno. Lá, me fiz poeta, sentimental e também, diário. Guardei lembranças de cada dia. Brinquei com crianças na praia, entrei no mar até onde o pé não alcança. Colecionei conchinhas. Não pouco tempo, mas o suficiente, eu e ele nos tornamos bons amigos. Tardes inteiras na piscina ou jogando Detetive. Foi um festival de piadas e risadas. Tínhamos os mesmos gostos musicais e sotaques muito diferentes. Nunca foi tão divertido falar "porteira" e tentar falar o nome da cidade dele. Era tanto riso que dava dor de barriga. Um dia ele me contou um segredo e olha, não faziam quatro dias que tínhamos nos conhecido. Mas ele confiou em mim, eu confiei nele. Naquela cidade tão longe da minha parecia que tinha encontrado a pessoa certa. Afinal ali, não me preocupei de estar sem maquiagem e usando biquíni. Ele gostou de mim.
E aconteceu.Não havia uma angústia ou medo sequer junto a ele. Parece que ele conseguia fazer que tudo aquilo que eu carregava no peito ficasse no seu devido lugar: no passado. Aproveitar aqueles quinze dias ao lado dele era correr contra o tempo e as lembranças. O caderno ficou de lado para, enfim, deixar a memória se deliciar com os bons momentos. Meu estômago ficava estranho a cada vez que ele aproximava seus lábios dos meus. Relembrei de borboletas que um dia ali ficaram, e cheguei à conclusão que ele as trouxera de volta. Era a melhor sensação do mundo, e eu amava isso.
E nós brincávamos. Soluçávamos de tanto rir. Ele inventava frases para eu ressaltar meu sotaque mineiro enquanto eu criava possibilidades de como escrever o nome da cidade dele. Contamos segredos, demos conselhos. Passamos muito tempo juntos, o que de clichê, pareceu-me muito pouco. Ele me abraçava e sussurrava palavras bonitas no pé da minha orelha. Competíamos quem conseguia ficar mais tempo debaixo d'água, e assim, nós nos beijávamos. Enganávamos as criancinhas no Detetive. Um dia fomos ver o sol se por na praia. Ele cantou minha música preferida.
E ver o sol se esconder atrás do mar, ao lado dele, foi perfeito.
Sua voz combinava com tudo aquilo. Eu tinha descoberto alguém que me fez feliz naquelas duas semanas. O som das ondas soavam sereno, no ritmo que meu coração batia. E brincamos na praia. A lua chegou e a noite de céu estrelado era um cenário perfeito para aquele beijo. Inegavelmente, uma hora nós teríamos que partir. Parecia difícil demais deixar o outro seguir sua vida. Conhecer outras pessoas, se entregar a novos amores. E eu chorava, num pranto silencioso, os pensamentos que tive. E ele sorriu, da cor da lua, botando um sorriso no meu rosto. E continuou a cantar aqueles versos tão meus.
E nos perdemos.
Não estávamos na mesma praia, mas tampouco estávamos preocupados com isso. Nos divertimos. E se nunca mais encontrássemos o caminho por onde viemos? E se a maré subisse muito? E se minha mãe desse falta de mim? E se vivêssemos, só nós dois, como náufragos?
Seria perfeito.
Ali, ele se declarou para mim. Um sorriso bobo me veio aos lábios, e ele sorriu com a minha cara de babaca. Eu também gostava dele, só que naquela hora minha voz recusou-se a fazer um único som que fosse. E passaram os dias, e lá no fundo já doía por ter que partir. Era horrível pensar que jamais o veria de novo. Que ele se tornaria lembranças de um verão inesquecível. Um último abraço cheio de lágrimas. Ele disse que eu seria para sempre. E sei: eu sou, assim como ele foi para mim. Existem pessoas, que por mais que o tempo passe, elas ficam para sempre. Distantes ou sempre por perto, ele será minha lembrança, meu amparo. Também o levo no peito como memória de um amor de praia que subiu sim, a serra.
Essa lembrança já foi contada no blog! 
Leia a outra versão – completa– desse amor de praia.
3 comentários

3 comentários:

Camilla disse...

voce quem ta inventando as peguntas ou elas são do tumblr ? beijos

Ana Kélvia disse...

Ai que legal escritora, de novo! Ano passado foi triiii essa tag, e agora de volta, com certeza vem com tudo, como sempre! Desculpa por não estar comentando tanto como antes, mas a facul me suga kkkk Até hoje tenho aquele texto que voce escreveu para mim, lembra? Guardo com muuuuuito carinho 'Primeiros Erros', e saiba foi muito importante para mim
De: sua fã

Ana Kélvia disse...

PS: Que inveja do seu amor de praia. E eu amo a versao "completa" da sua lembrancinha invejável :')

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