Te amo ou te esqueço?
Ei amor, esqueça. Esqueça o que um dia nos uniu. Não lembre mais da forma como nossos perfumes combinavam tão bem quanto nossos olhares. Distraído, sussurre seu último apelo, uma preocupação que já não lhe incomoda. Diga por conforto, somente para quebrar esse silêncio que exala entre os nossos corpos. O espaço dessa vez, já não pode ser fechado. Nossos lábios já não pedem com o mesmo desejo o mais profundo apego entre nós. Distância apenas, é o que eu lhe peço, sem nada pronunciar, num gesto cauteloso, já não quero mais sofrer. Aperto os olhos numa tentativa frustrada e vejo que não há mais lágrimas para você. Mesmo frágil e debilitada, imploro com a força que me resta, ei amor, esqueça. Apaga tudo, me esquece. Mova os resquícios de um sentimento que está em pedaços espalhados pelo chão. Sobre os fragmentos encontrados, recolha apenas aqueles que ainda pulsam. Dos outros, já não há mais proveito. Ei, amor, vem aqui, e ouça exatamente aqui, consegue sentir? Por entre minha alma ainda existe algo que pulsa, porém tão contraditório, que já não sei: te amo ou te esqueço?
E enquanto a angústia vai me tomando, encontro em sua face tudo o que fomos um dia. O fôlego que me faltava, o sossego que me dava paz, a careta que quebrou o clima de briga, a lágrima que rolou junto com o riso. Entendi pois, todos os motivos que preferi silenciar o sussurro do que entender as entrelinhas das suas palavras. Nos fitamos por um longo tempo, procurando no outro, um motivo melhor para o fim. Eu entrei nessa sem querer sair. Eu nunca pensei em deixar de te amar, se é que isso possível... Desamar. Você compreende a amargura que estampo no meu rosto e de imediato sua mão encontra a minha, e num enlace dos nossos dedos, sinto-me amarrada à você, num envolver tão intenso, que mal posso respirar. Ainda entrelaçadas, tento nos salvar.
Ei amor, lembre-se de mim.
Evito demonstrar qualquer tipo de apego sentimental extra e em vão tento construir uma fortaleza que jamais existiu. Num semblante perfeito, quase te sinto dizer: deixa eu ter a chance de ser feliz sendo de outro alguém. Justo agora, quando chegamos a um quase para sempre. Justo agora, quando eu achava que estava tudo bem. Mas não estava. Nós perdemos nosso amor em alguma lágrima que não secou – encontrara o chão. Não quero acreditar que estou vivendo um pesadelo. Em meio de tanta vontade de não te perder, sequer encontro qualquer escapatória. Uma mínima passagem que me dê luz para outro lugar menos sombrio do que esse. Ainda é tempo para eu lhe dizer que te amo?
Você sorri e eu me odeio por te entender sem falar nada. Esse é o momento em que nunca pensei lhe dizer. Nossos corpos se colam, com nossas mãos unidas, na altura dos olhos. Bate-me um desespero, um desejo de lhe beijar. E você atende meu pedido, acaba com esse espaço entre nós que será muito maior daqui para frente. Dói, antes mesmo de pensar no ar que me falta. De repente o vazio começa a preencher o que existia entre nós, e me tomo por um abismo que ainda estou a cair. Olho para você, como alguém que exige compreensão mútua e igual pensamento de fica aqui comigo. Mas prefiro fingir que sou capaz de suportar essa separação, sua falta e o nada. Finjo que sou capaz de esquecer tudo aquilo que mais amei em ti, teu ar da graça e o sorriso torto. Decido esquecer, mesmo sabendo o quanto ainda te necessito. Vou esquecer que você é de sagitário, de novembro, de Saturno, de uma outra galáxia que eu sabia viver sem oxigênio.
Vou esquecer em que planeta eu estava quando pensei em amar você.
Vou esquecer o quanto eu amava o ar que só resgatava por meio dos seus pulmões. Daqui onde estou, não existe passado, nem presente, nem futuro. O tempo é algo que agora desconheço, porém eu o sinto crucificar a cada instante que aproxima o fim. Então te vejo afastar, perco a superfície e o motivo de ter chegado até ali. Sinto-me perdida, imobilizada, anestesiada, incapaz de te pedir para voltar. Mas você não olha para trás, está certo do que faz, sente que depois daquela porta está o que quer. Liberdade. E deixou aqui o aconchego do nosso amor. Eu choro. Você foi embora, a porta se fecha, eu fico sozinha, sentindo um suicídio da própria alma, me matando sem deixar vestígios, apenas a dor do nosso fim. Está escuro demais. Quero me levar embora de mim.
Agora sei porque partiu, você sempre soube e desejou um mundo que existe lá fora. Mas eu... eu já não existo aqui dentro sem você.
Ei amor, lembre-se de mim.
Evito demonstrar qualquer tipo de apego sentimental extra e em vão tento construir uma fortaleza que jamais existiu. Num semblante perfeito, quase te sinto dizer: deixa eu ter a chance de ser feliz sendo de outro alguém. Justo agora, quando chegamos a um quase para sempre. Justo agora, quando eu achava que estava tudo bem. Mas não estava. Nós perdemos nosso amor em alguma lágrima que não secou – encontrara o chão. Não quero acreditar que estou vivendo um pesadelo. Em meio de tanta vontade de não te perder, sequer encontro qualquer escapatória. Uma mínima passagem que me dê luz para outro lugar menos sombrio do que esse. Ainda é tempo para eu lhe dizer que te amo?
Você sorri e eu me odeio por te entender sem falar nada. Esse é o momento em que nunca pensei lhe dizer. Nossos corpos se colam, com nossas mãos unidas, na altura dos olhos. Bate-me um desespero, um desejo de lhe beijar. E você atende meu pedido, acaba com esse espaço entre nós que será muito maior daqui para frente. Dói, antes mesmo de pensar no ar que me falta. De repente o vazio começa a preencher o que existia entre nós, e me tomo por um abismo que ainda estou a cair. Olho para você, como alguém que exige compreensão mútua e igual pensamento de fica aqui comigo. Mas prefiro fingir que sou capaz de suportar essa separação, sua falta e o nada. Finjo que sou capaz de esquecer tudo aquilo que mais amei em ti, teu ar da graça e o sorriso torto. Decido esquecer, mesmo sabendo o quanto ainda te necessito. Vou esquecer que você é de sagitário, de novembro, de Saturno, de uma outra galáxia que eu sabia viver sem oxigênio.
Vou esquecer em que planeta eu estava quando pensei em amar você.
Vou esquecer o quanto eu amava o ar que só resgatava por meio dos seus pulmões. Daqui onde estou, não existe passado, nem presente, nem futuro. O tempo é algo que agora desconheço, porém eu o sinto crucificar a cada instante que aproxima o fim. Então te vejo afastar, perco a superfície e o motivo de ter chegado até ali. Sinto-me perdida, imobilizada, anestesiada, incapaz de te pedir para voltar. Mas você não olha para trás, está certo do que faz, sente que depois daquela porta está o que quer. Liberdade. E deixou aqui o aconchego do nosso amor. Eu choro. Você foi embora, a porta se fecha, eu fico sozinha, sentindo um suicídio da própria alma, me matando sem deixar vestígios, apenas a dor do nosso fim. Está escuro demais. Quero me levar embora de mim.
Agora sei porque partiu, você sempre soube e desejou um mundo que existe lá fora. Mas eu... eu já não existo aqui dentro sem você.
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