Comportamento, moda, fotografia, música, textos de amor e dicas. Um Blog com tudo aquilo que adoramos fazer antes de sonhar! – Por Mariana Solis

sábado, fevereiro 02, 2013


Amor de Praia: O Reencontro

Esta é a continuação do texto mais lido do Blog, o Amor de Praia.
Finalmente eu estava onde eu queria estar. A obra do destino bem planejada era, na verdade, o reencontro. Controle-se, Mariana.
É ele.
Ele, o mesmo ele, a quem você se entregou de uma forma tão verdadeira. Eu mal podia acreditar que, dois anos depois, estaríamos naquele mesmo lugar. Dois anos que nos transformaram mas, ainda assim, incapazes de transformar um sentimento intenso como o nosso. Por mais que eu tivesse esperanças de vê-lo outra vez, eu não estava preparada para encontrá-lo ali. Não aquela hora. Mas, de repente, fui tomada por muito mais do que "apenas borboletas". Aquilo era uma sensação avassaladora, que vinha a me tomar além do lado de dentro. Eu não sabia se sorria ou se chorava. Era ele. E ele sempre me levou aos dois extremos. Da mais pura felicidade à angústia do pranto. Assim como tudo que nos envolvia, aquele reencontro foi inesperado. Se eu não o conhecesse tão bem, poderia achar que ele tinha algum problema. Seus olhos estavam inquietos, as mãos fechadas em punho e totalmente sem reação. Ainda bem que tudo aquilo não estava acontecendo só comigo. A força que um exercia sobre o outro era eminente. O cenário continuava o mesmo, mas as pessoas não. Ou melhor, duas em exceção: eu e ele. Até parecia que jamais tivemos separados dois anos, depois de duas semanas inacreditáveis. E, então, aquele era um novo começo, um recomeço. Sequer entendia o que eu queria ali. Não sei por quanto tempo nos deliciamos naquele olhar até que ele virasse as costas e fosse para onde eu sempre poderia encontrá-lo. Ele ainda sabia que precisávamos ficar a sós e isso foi o suficiente para que cada minuto de distância possuísse mais que sessenta intermináveis segundos. O seu irmão, logo atrás dele, deu-me boas vindas da forma mais tradicional possível: tirando onda de mim.
"Bom te ver de novo, porta."
O sotaque diferente era mais um encanto para nos apaixonarmos. Na tentativa de me recompor, depois daquele choque, continuei a ler o meu livro. Em vão, não consegui ler mais do que três linhas quando me deparei com a palavra saudade. A leitura se perdeu e meus pensamentos foram longe, até estar perto demais de mim. A simples presença dele foi suficiente para me deixar frágil e sensível. Como eu o amei... Amei sem sem pensar, sem controlar, tanto que achei que ele era tudo o que faltava em mim. Ali, eu já tinha certeza. Nada tinha sido tão vívido quanto aquele mero olhar. Eu via a sua alma. Eu sentia a ponta dos seus dedos quase cortar a palma. Eu me via pelos seus olhos.
O livro estava fechado, mas a palavra saudade persistia na minha mente.
Uma sombra. Era sua mão estendida na minha direção. Fomos logo para a praia, sem dizer uma única palavra. Atadas, as mãos já se permitiam ao frenesi da pele.
Aquela praia, a mesma.
O meu oi saiu quase sem voz. E ele me abraçou, abraçou forte e eu retribuí. Eu nunca mais queria sair dali. Eu mergulhei no seu perfume, na sua pele morena e...
Ah, Mariana, eu...
Seus olhos eram azuis do profundo mar. E eu já estava chorando, como uma criança sem consolo. Ele não completou a frase, mas não era necessário. Eu compreendi plenamente.
Eu também, você não sabe o quanto.
E aquele abraço era tão poderoso quanto a fúria do mar. Das últimas duas vezes que estive ali sem ele, eu não senti nada comparado com o que ele foi capaz de despertar em mim nesse abraço. Eu não tinha ideia da dimensão do vazio que ele deixara em mim até notar que, com ele perto, eu estava muito mais viva e completa. Ele sorriu às minhas lágrimas e limpou cada uma delas. Seu toque me entorpeceu. Seu sorriso guardava uma parte de mim.
Nada mudou. Eu te amo, nunca deixei de te amar. – ele disse, seguro de cada palavra e eu não duvidei.
Seu rosto se aproximou e pude sentir o seu cheiro ainda mais intenso, até que aqueles sete centímetros fossem tomados por nossos lábios. O seu beijo me aliviou uma vida inteira. Era quase como se ele dissesse "ei meu amor, vem aqui, eu sou a cura de todos os seus medos". E sim, ele era. O meu porto seguro. Aquele beijo demorou longos minutos de saudade. Estávamos realizados, quase num súbito alívio. Afinal, dois anos atrás eu cheguei a acreditar num fim e isso provava o contrário. Além das serras, nosso genuíno amor tinha superado o tempo. Eu não tinha palavras por estar com ele, mais uma vez. Mas eu precisava lhe dizer palavras cortantes que também me feriam da mesma forma.
Uma semana, Breno. Eu vou embora daqui uma semana.
Suas mãos seguravam firme o meu rosto e toda vez me perdia na imensidão da sua beleza. Elas caíram ao lado do seu corpo, pesadas e frustradas. Senti ele vacilar. Dizer adeus depois de encontrar alguém que mudou completamente sua vida dois anos atrás, é cometer o mesmo velho erro com a certeza da dor do pós. Mas não tínhamos escolhas. Era viver sete dias juntos ou escolher acabar conosco ali mesmo. E a segunda opção não era sequer uma opção. Ele interrompeu meus pensamentos com as minhas próprias palavras.
E você acha que sou louco de escolher acabar com isso agora?
Eu sorri, triste. Éramos completamente loucos um pelo outro. O fim de tarde teve direito ao por do sol nostálgico. Da última vez, tínhamos prometido seguir nossas vidas, porém ali não havia nada a perder.

Contamos o que tinha acontecido naquele espaço de tempo. Três namoros, ele disse. O meu ciúme era óbvio e, uma das nossas maiores virtudes juntos, era ser transparente sobre os próprios sentimentos. Ele, sem entender, perguntou o porquê disso, já que eram todas ex e isso significava passado. Para mim, assim como a pergunta, a resposta era lógica.
Por mais que não nenhuma delas tenha dado certo, elas tiveram a oportunidade de fazê-lo feliz. Oportunidade que eu jamais tive. E ainda assim, não conseguiram. Talvez só eu tenha encontrado o que falta nele.
Isso não importa – ele disse – porque nenhuma delas foi capaz de me fazer tudo que senti naquelas duas semanas, completou com um sorriso que continuava a me cativar mais e mais.
Eu tinha tanto a contar e estava tão feliz por estar ali, com ele, que mal sabia por onde começar. Falei das viagens, do último julho na mesma praia, do blog. E que por incrível que pareça, o texto mais lido era justamente sobre nós. Não contive o orgulho. Era mais uma prova do quanto ele sempre foi importante na minha vida. E li o texto para ele, de uma forma que aquilo representou muito além de uma fonte preciosa de lembrança. Era a nossa história, pelos meus olhos. Foi quando eu o vi chorar. Ele sentiu o que eu senti. Lágrimas serenas e olhos que fitavam profundamente os meus. Era difícil não acompanhá-lo. Aquele momento foi diferente de cada vez que reli o meu texto porque ele, a lembrança em si, dava à minha memória o perfume, o toque e a presença que eu esperava alcançar naquelas palavras. Ele sempre foi tudo que eu esperava ter um dia na vida. E, realmente, nunca passou disso: alguns dias, duas semanas. Doía pensar no fim, ele existia e, por isso, nossas almas imploravam para que cada segundo fosse intenso e inesquecível. Os obstáculos eram mais um motivo para que nenhum deles fosse capaz de nos separar de novo. O segredo era um capricho que nós adorávamos manter.
Um último beijo apaixonado e a promessa de que passaríamos o dia seguinte juntos.
Contra os nossos planos e com certeza nossas vontades, um temporal tomou conta da cidade. Um dia a menos era significativo demais para nós e quando, enfim, aquele dia terminou, senti uma saudade estrondosa, um desejo enorme de tê-lo para mim imediatamente. Tive que confiar que o sol nos aguardava mais um dia.

Sorte a nossa, não havia sinais nem de uma chuvinha de verão. Diante de todos os planos para a sexta, tive sede de colocá-los em prática. Nos encontramos ainda pela manhã e eu mal pude esconder a satisfação de estar com ele. Logo que vi Breno, ele já estava vindo em minha direção com um sorriso que tirou o resto do meu fôlego. E ele me segurou forte pela cintura e, suspensa no ar, dei ao luxo de atender à minha emergência de beijá-lo. Ali, no meio da praia lotada, não havia nada mais interessante do que aquele momento. Pelo menos não para nós dois. De volta ao chão, mas não para a terra: eu ainda me sentia nas nuvens e muito além disso. Era inacreditável o êxtase da minha felicidade. Nossa conversa era leve mesmo diante de assuntos complicados. Contei dos caras que de alguma forma me magoaram naquele meio tempo. Ele, em seu sempre "o seu tipo de cara certo", pediu que eu endereçasse cada um deles, para que fizesse com eles o que bem mereciam.
É desnecessário, meu amor – meu tom era de brincadeira – eu já cuidei do que eles precisavam.
Ah, então quero te pedir algo Mari – ele disse.
Hum, espere aí mocinho... – falei, num riso um pouco nervoso – Depende. O que quer? – por mais que nos entendêssemos super bem, ele sempre me surpreendia com o que tinha em mente.
Cuida do que eu preciso? Cuida de nós? – Ele sorriu. Eu também.
E nesse momento, como em tantos outros, era possível invadir a imensidão dos seus olhos e com o tempo, pude também invadir sua alma. Era uma sensação inebriante e eu, tão distraída nele, sorria toda a minha paixão e exalava toda a minha alegria. Não era um sonho, ele realmente estava ali, diante de mim. Ele me amava de biquíni e sem maquiagem. A cada vez que ele me surpreendia com gestos tão sinceros e únicos, parecia brilhar mais. Seus cabelos louros eram tomados pelo sol, o rubor da pele morena era mais vibrante, seus olhos eram mais celestiais que o azul do céu. Já os meus, o observava com admiração. Enquanto ele conversava, eu brincava com o anel de coco do seu polegar. Cada detalhe dele me fascinava. 
Confessei: tenho mania de te olhar feito boba.
Ele fechou as mãos no meu rosto e no mesmo instante senti o calor do meu sangue onde ele encostava.
Eu tenho mania de você.
Sorriu e eu, perdidamente apaixonada, nada respondi, só o que fiz foi beijá-lo, com tanta vontade de ser só dele para sempre que quase esqueci de que isso era improvável. Porém impossível não era, nunca foi: apesar da distância, apesar do tempo, um amor de praia pode ser eterno, sim. A diferença, descobri com ele, é que não seria sempre, mas para sempre. Dois anos foram cruciais para que eu pudesse ter essa percepção. De alguma forma, isso amenizava a dor do adeus. Infelizmente, não adiava o dia em que ele chegaria.
Eu não poderia estar mais feliz com ele ao meu lado.
Sábado nos encontramos e com um sorriso pontual fui recebida, com uma felicidade correspondida. Sentamos ali, na areia mesmo, onde as ondas por fim acabavam e molhavam nossas pernas. Não havia qualquer exigência a não ser a presença, e isso bastava. Eu gostava da forma como ele, distraído, mexia no cabelo. Quando molhado, o louro simplesmente desaparecia e, mesmo moreno, ele seria muito bonito. Sua beleza sempre me instigou. Eu o amava pelo que ele era, o exterior era bônus. Mesmo que loiros dos olhos azuis não fossem "o meu tipo preferido", eu amava porque era ele. A gente abre exceções para o cara certo, principalmente quando ele é o amor da nossa vida. Não só um romance de praia

Conversamos sobre o nosso futuro, afinal era mais um ano que não nos veríamos. Era um ano que poderia se tornar dois, de novo. Tudo poderia se repetir. Namoros, viagens, decepções, só que dessa vez, não tínhamos dúvida do quanto nos amamos.
Entenda, Mariana, preciso deixar você partir. Não por frieza, mas porque te amo. E se te amo, sua felicidade é o que me faz feliz, independente de como e com quem for.
Era difícil admitir, mas aquelas também deveriam ser minhas palavras e, principalmente, o meu sentimento. Deixá-lo ser feliz, na minha ausência, era algo que eu não gostava nem de cogitar. Era uma experiência que eu já tinha vivido e não era a melhor das sensações. Na verdade, machucou muito. Porém, eu sempre soube que eu não faria parte de cada conquista dele, de cada sorriso e cada olhar sincero. Eu sempre soube que eu não faria parte de todos os segundos triunfantes de sua vida, que eu seria a parte memorável de um janeiro, mas não a parte considerável de um ano todo pela frente. Eu sabia que nosso fim era certo, assim como o nosso amor. Eu sempre soube que encontraríamos pessoas que estariam nas nossas vidas, não da mesma forma que estivemos na do outro. Meus pensamentos foram silenciados, mesmo quando as lágrimas continuavam a tomar meu rosto. Ele me abraçou e no seu peito encontrei meu aconchego. Quase que numa sintonia perfeita, o seu coração batia lento e sua respiração era leve, ainda que os braços me pressionassem com firmeza contra o seu corpo. Mesmo que tudo estivesse calmo, o meu coração estava inquieto. Respirei fundo, afastando-me poucos centímetros dele, e coloquei a mão dele sob a minha, sentindo minha pulsação acelerada. Olhei para baixo, onde o pingente do meu colar brilhava.
Você precisa se comportar – murmurei ao meu coração.
Na sua boca, de um lado estava o sorriso torto mais lindo do mundo. Só que eu gostava mais quando eu o via sorrir com os olhos. Era impossível resistir. Mais uma vez, me vi brincando com o anel de coco dele. Eu cheguei a duvidar se eu merecia alguém como ele, a duvidar se aquele reencontro era para realmente acontecer.
Sinceramente, eu... eu não devia estar com você, sabe? – as lágrimas poderiam me deixar falar pelo menos por cinco segundos? – É tão difícil aceitar que vai acabar e mesmo em uma semana você já me trouxe uma felicidade que não tive por muito tempo. Ainda assim... você é demais para mim. Deve ser por isso que te mereço por tão pouco tempo... – ele olhava, sem ao menos piscar – e não sempre.
Por um instante, ele pareceu magoado, mas nada disse. Num ímpeto, ele me abraçou mais forte que antes e sussurrou não não não não não tantas e tantas vezes no meu ouvido que a palavra até perdeu o sentido. Era incrível como ele conseguia me afastar até dos piores pensamentos. Ele me aninhou de novo.

– Mariana, nunca te disse isso, mas preciso te contar. Naquela primeira vez, quando te conheci, eu estava num conflito comigo mesmo e não só comigo... Nada, absolutamente nada estava no lugar. Lembro de te contar do meu avô, tinha pouco tempo que eu o havia perdido. Perdi aquela garota, para o tempo e para a distância. Eu sabia que ela iria embora, que apesar de um ano parecer muito, quando percebi ela já tinha voltado para o país dela. A gente acabou naquele aeroporto e eu achava que eu tinha acabado por ali também. Acreditei que me tornaria um cara insensível, frio, que ia descartar qualquer garota que eu beijasse. Eu estava numa fase que quanto mais, melhor. Numa fase que ter sentimento era coisa de idiota. E era com essa cabeça que viajei para cá, achando que meu pensamento continuaria o mesmo, só que num lugar distante de casa. E aí, aí quando eu menos imaginei, você veio conversar comigo, do mesmo jeito que te vi conversar com todo mundo da piscina. Tudo bem, pensei, conversar e quem sabe algo mais, né? Eu nem imaginava que daria nisso. Não sei como Mariana, não sei que momento, você me resgatou daquele buraco que eu estava, você me abriu os olhos para uma coisa que eu tinha esquecido como era. Na verdade, acho que eles nunca foram abertos antes de você. Foi você que trouxe à tona a vida, o sentido de estar com alguém como você. E você vem me dizer que não merece estar comigo? Acho que você está confundindo as coisas. Sou extremamente grato por você partilhar o mesmo sentimento que eu, não sei se tão intenso quanto o que sinto por ti. Seria exagero te dizer que quando você foi embora chorei tanto quanto perdi meu avô, mas não é. Foi como ser resgatado da escuridão e descobrir que o sol era lindo, mas logo depois ser preso num porão sem janelas. Eu não queria conversar com ninguém, mas sabia que era mais difícil ainda procurar por você. Fui durão, grosso e estúpido com quem chegasse perto de mim. Numa festa, conheci aquela garota que te contei, mas não duramos um mês. Ela parecia com você. Eu gostava dela porque me lembrava você. De personalidade, você é inalcançável. Aí foram relacionamentos superficiais, que eu trocaria por uma semana com você. Naquele julho, que meu tio me ligou falando que alguém perguntou de mim, no fundo eu quis que fosse você, eu senti que era. Eu imaginei você, dizendo meu nome a ele, sem vergonha alguma. Quase vi você sorrir. Eu arrepiava cada vez que lembrava que essa pessoa poderia ser você e isso não saiu da minha cabeça. Se não fosse suficiente, você é corajosa Mariana, te vi correr atrás dos seus sonhos. Mesmo sem certeza, você veio me procurar. Eu queria te falar tudo quando te vi aproximar, mas você esgotou qualquer razão que tivesse em mim. Eu passava por mais uma escuridão e lá estava você, confusa, tremendo, tentando falar alguma coisa presa à garganta. Ah, Mariana, acho que te devo minha vida duas vezes. Te devo mais que um infinito. Quando cantávamos aquela música do Nando Reis, eu já tinha certeza que você sempre seria minha relíquia, meu relicário. Não fala mais isso, tá bom? Olha para mim. Olha, Mariana.  Eu te amo.

A culpa era das estrelas, era do mar e do por do sol. A culpa era da natureza, na sua beleza, em sincronia com a perfeição dele. A culpa era dos olhos azuis dele me deixarem invadir sua alma. A culpa era minha, de amá-lo tanto. Se não estive perto da loucura de um amor, eu amei muito. Amei a bermuda desbotada, a fitinha do reggae no tornozelo, o anel de coco e sua pele bronzeada. Amei o sorriso, a sinceridade, o companheirismo. Amei o nosso amor e esse era o efeito colateral de acreditar em um. E relembramos durante aqueles dias, como tinha sido perfeito nossos destinos se cruzarem dois anos atrás e estarmos, quem diria, juntos de novo. Aproveitamos cada segundo, mesmo que nele nada acontecesse, quando olhávamos o mar a molhar nossos pés e minhas costas, ao som da brisa ressoando nos ouvidos. Eu nada esperava que acontecesse, a presença já era uma grande felicidade. Eu apreciava sua voz à cantar nossa música. Eu conhecia seus segredos e queria ter a força com que ele superou cada decepção, cada vez que duvidaram que ele não era capaz. Ele carregava experiências que às vezes estava explícita até no seu modo de falar e agir.
– Você é uma pessoa que agradeço à Deus por ter colocado na minha vida. Você é alguém que merece toda a felicidade. Mesmo que nosso infinito seja pequeno e existam maiores que ele, eu sou muito feliz com o nosso pequeno conjunto e eu não o trocaria por nada nesse mundo. Você me deu a eternidade nos nossos dias contados. – disse sorrindo, enquanto ele acariciava minha bochecha.
Ele se aproximou e deixei que ele me guiasse naquele beijo. E assim, os dias foram passando rápido, na preciosidade de cada gesto. Minha pele carregava o seu cheiro e quando meu rosto encontrava o travesseiro no fim da noite, eu ainda o via por trás dos meus olhos e, assim, dormia e sonhava com ele. Acordava, na sensação que eu ainda estivesse sonhando, mas aí eu sabia que eu o encontraria mais uma vez. A realidade poderia ser facilmente confundida com a imaginação. Mas, ainda bem, era real.
O final daquele dia chegou. E o dia final estava chegando.

Foi uma manhã triste. Ao levantar, a primeira coisa que me veio à mente era que, no dia seguinte, eu já estaria muito longe dele e de nós. Ao encontrá-lo, ele tentou não demonstrar fraqueza. Ele fitava o nada, evitando qualquer palavra. Assim também fiz. O silêncio nunca machucou tanto. Mesmo que nele estivessem tantos sentimentos já ditos. Era nossos últimos minutos juntos.
Então, é o fim mais uma vez. – por fim eu disse, as lágrimas eram insistentes e a dor lancinante.
Não, Mariana, não é. – ele respirou fundo, como se procurasse dentro de si algum sustento para continuar –Se nós já chegamos até aqui, não acabou nem irá. Mesmo que eu tenha lhe dito que quando amamos alguém devemos deixá-la ir...  Você vai embora, mas não é isso que nos separa.
Eu o beijei, terna e lentamente. – Eu te amo. – Minha mente continuava a repetir as três palavras inúmeras vezes.
Eu amo você, obrigado por me resgatar mais uma vez.  – era por aquela voz que eu tinha me apaixonado.
Eu segurava seu rosto, nossos narizes colados e o único som era das nossas respirações ofegantes se misturando. Eu deslizava as mãos pela sua pele, e o choque do simples toque. Contornei seus lábios com a ponta dos dedos, sentindo o ar sair pela boca. Ele começou a chorar e ali era o garoto por quem jurei amor. Tentei sorrir e quase consegui. Eu deveria estar feliz, não deveria? Não dava para tirar da cabeça que tinha acabado. Eu estava desconcertada. A distância não deveria existir entre duas pessoas que se amam tanto.
Eu não queria aceitar aquele fim.
Nesse instante, ele tirou o anel de coco do seu polegar, segurou com cuidado meu pulso e o colocou no meu dedo. Eu ri, porque inegavelmente ficou enorme no meu anelar.
Esse é o nosso elo, nosso laço, para você lembrar que nem o tempo nem a distância irá nos separar. – falou, ainda olhando para o anel.
Então isso significa que nossa história será para sempre? - sussurrei, quase inaudível.
Acho que – ele fez uma pausa para encontrar meus olhos antes –  é o mínimo para um sentimento como o nosso.
Eu tive certeza que eu o tive por inteiro. Eu também me entreguei da mesma forma.
Nossos lábios se tocaram, já com saudade. O adeus sempre foi um momento doloroso.
Mesmo indo embora, segui-o com os olhos até que não pudesse mais avistá-lo no horizonte. Mesmo frágil e sem ele, eu tinha descoberto uma das maiores relíquias da minha vida. Eu descobri o amor e, ao mesmo tempo, me descobri. Reencontrei o que há tanto tempo faltara em mim. E agora, eu já não tenho dúvidas da imensidão do nosso sentimento. Não descobrimos o limite e, para mim, ele não existe. Nós somos o limite. A praia, a nossa história e o nosso amor. E, mais uma vez, ele estava certo, o para sempre é o mínimo para nós.
Nosso pequeno, mas eterno infinito... 
Não existe limites. E só você sabe que isso será para sempre. Obrigada por tudo, pelo nosso pequeno infinito. Eu te amo.
16 comentários

16 comentários:

DocesRabiscos disse...

Oii linda!! amei seu blog, o texto é lindo,segindo,retribui??

cantinho-da-modaa.blogspot.com

Jeice Coelho disse...

Amore adorei a visitinha obg*-*
Muito lindo o texto! Beijos

http://jeicinha.blogspot.com.br/

Ana Paula Fuentes disse...

Ai Mari chorei com seu texto rs, lindo demais quando tava lendo fiquei imaginando a cena como se fosse comigo, sabe?
Já disse o quanto escreve bem, né? Parabéns sua linda e não some não ♥

http://gobelezando.blogspot.com.br/

kk disse...

Oi, que lindo o blog. Eu acho que eu já vim aqui no blog outras vezes, mas essa eu tive que comentar algo. Você está de parabéns.
Estou passando aqui para dizer também, que tem post novo e que dia 15 o blog está fazendo 2 anos e vai terá um grande sorteio.
Se quizer me seguir lá, é só avisar que eu sigo de volta.
Beijos,

Blog: www.junhiimce.blogpost.com.br

Bibi Sousa disse...

Nossa , que lindo esse texto.. você sabe escrever mto bem!
Xoxo, Bibi!
www.Bikoti.net

Thayse Stein disse...

Nossa, tudo numa atmosfera de sonho, né? Parabéns pelo texto inspirador, você vai ser escritora?

Beijos
Brilho de Aluguel

Fala, Dantas❤ disse...

OOi oi tudo bom ?
Vi sua visita & comentário lá no blog e claro vim retribuir né?*-*
Fco muito feliz com sua visita e participação

ADOREI O TEXTO MUITO LEGAL DE LER♥ ADOREI O LAYOUT TB MUITO BEM FEITO!
AH, COMO VOCE FEZ PRA COLOCAR AS IMAGENS DO "POSTS RELACIONADOS " DESTE TAMANHO? OS MEUS FICAM MINUSCULOS E RELACIONAM POSTS NADA A VER KKKKKK

Ah já conhece nossa Fanpage no FB né?
Facebook.com/dantastrendy

Obrigada por sua visita, volte sempre e sinta-se em casa :D
http://dantastrendy.blogspot.com
Grande beijo ♥

Érika Monteiro disse...

Oi flor, que texto mais lindo, me apaixonei. Adoro seu cantinho :)

bjinhus :*

LUANA disse...

muito legal a postagem.
Ola meninas,tem sorteio de carnaval no meu blog,o premio é um kit de maquiagens.espero por vocês obrigada.
Site:www.bellamakes.com.br
Blog: http://luana-make.blogspot.com.br/

LUANA ANDRADE disse...

Adorei o texto, muuuuito lindo !
http://www.paaradateen.com

Simples Glamour disse...

Que tuuudo, eu amei!

Beijoos!
http://simplesglamour.blogspot.com

Déborah-alana disse...

Mariana que lindo texto, muito perfeito, cheio de sentimentos, um pouco triste, mas belíssimo texto, beijinhos amiga

dribs disse...

Mari, eu fiquei boquiaberta com o seu comentário no meu mero blog e com o seu "textão". Eu realmente pulei poucas partes, mas acredite que eu li 80%. Sua escrita e a forma que você se expressa, é muito mágico! Eu fiquei pensando como se fosse comigo, amei amei amei! Parabéns :]

"A distância não deveria existir entre duas pessoas que se amam tanto."
(Adorei essa parte. Essa frase é total verdade!)

xx,
pinkpimenta.blogspot.com

Carol Farias disse...

nossa mari que texto lindo e emocionante ein, vc escrevi tão bem, fcaria por aqui horas e horas só pra ler os seus textos rsrs mais eu sempre tento tirar um tempinho, fazer oq né todas nós vivemos d compromissos rsrs enfim ta perfeitoo. um bjo, bom fim de semana.

Luiza Rocha disse...

OMG que lindo! Foi tão perfeito quando ele disse "eu te amo" Emocionada! <3 Pena que eu n arranjo um cara assim ahsuhaushu
Passa lá?
peoples-says.blogspot.com

Meia Noite e Quinze disse...

Oi, Mariana! Que lindo texto, é incrivelmente apaixonante. Eu não tinha lido o anterior, mas aproveitei para dar uma olhadinha também. Amei <3

Beijinhos,
@ferzucolotto || www.meianoiteequinze.com

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